Corro, saio da escuridão que me devora... Mas eles me perseguem, os fantasmas.
Por mais que eu fuja, por mais que eu tente ir contra, eles vêm ao meu encontro. E só me resta lembrar, aceitar, entender...
Os fantasmas são as minhas memórias.
Por isso não posso fugir. Ele(a)s estão em mim. São parte de mim, do que vivi, do que fui e do que sou hoje.
Mas existem aquelas que nunca deveriam existir, e que não merecem ser lembradas.
São essas que viram fantasmas.
São essas que perseguem, caçam, machucam, matam.
Mas estou me acostumando com isso.
E criando novas memórias, que talvez nunca substituam essas, mas que consigam gritar mais alto, calar a voz daquelas que só querem me destruir.
Estou criando anticorpos, criando combatentes, um exército... quase uma legião.
E sei que quando eu menos esperar, nada mais vai machucar.
Fantasmas não me assustarão, nem me farão correr.
Tenho um salvador, agora.
Que me salva mais a cada dia.
Tenho alguém do meu lado que me faz feliz de verdade, que dissipa todo o medo e me dá toda a segurança.
E aí lembro que não preciso lembrar.
Não preciso lembrar do que machuca, ou de qualquer passado.
Só preciso lembrar do presente, do pretérito perfeito (o qual vivo hoje), do futuro...
E agradeço.