terça-feira, maio 11, 2010

Palavras.

Às vezes me vêm quando não quero, às vezes me faltam quando mais preciso, as palavras...
Tenho medo delas, e do peso que algumas carregam. Mal conheço as palavras de minha própria língua. Não falo Português... falo. Não escrevo Português... escrevo.
Palavras não são coisas das quais você consegue fugir ou se arrepender, uma vez que as deixa sair. Elas não voltam, e atingem as pessoas como um tiro à queima-roupa. Têm o poder de encorajar, de amedrontar, de ferir, de acalantar, de acabar, de começar. Acariciam e agridem sem mãos.
São belas, dependendo do contexto, e são como andar de bicicleta: quando se aprende, nunca se esquece. São refinadas. São palavras...
Devem estar livres. Devem ser escolhidas com cuidado.
E suas nuances... Ah, as nuances! Quantas acepções podemos dar a elas, quantos significados pode ter uma pequena, minúscula palavra.
O mundo das letras encanta, surpreende, assusta.
Palavras... Palavras...
Palavras...
Oxítonas, paroxítonas, proparoxítonas. Advérbios, adjuntos, pronomes. Sujeitos, objetos (diretos, indiretos ou bitransitivos). Irônicas, metafóricas. Predicativos, apostos.
Analisadas sintática ou morfológicamente.
Amo as palavras, e elas me amam. Temos uma relação estável, segura e madura. Pagamos nossas contas em dia. Elas me escutam, compreendem e dão o melhor de si. Acabamos de comprar um apartamento para morarmos juntas, e estamos planejando filhos que chamaremos de Neologismos. Mas são planos futuros... Pretendemos ficar juntas até que a morte nos separe (no caso, a minha!). Fui prometida a elas assim que nasci, e me apaixonei por elas na primeira vez que as ouvi e as disse.
Caí por elas, me levantei por elas.
E estou hoje aqui por elas.

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