sábado, maio 08, 2010

Abatedouro.

Como na época das eleições de curral, às vezes me sinto num abatedouro.
Obrigada a fazer o que não quero, para agradar.
Mas eu não gosto de agradar...
Obrigada a sorrir para não decepcionar.
Mas não quero sorrir...
Obrigada a seguir.
Mas eu quero parar...

"Stop. A vida parou!
Ou foi o automóvel?"

A vida para, continua, para, e roda.
Nunca fica no mesmo lugar.
As voltas às vezes me esmagam...
As voltas às vezes me esganam...
Mas me trazem de volta à superfície, me trazem de volta e me deixam respirar.
Desapertam suas mãos que me sufocavam, e me livram.
O ar volta às minhas vias respiratórias.

O abatedouro está ali, me esperando.
Mas sei que tenho outro caminho a seguir.

E não serei abatida, ah, não!

Um comentário:

  1. Isso mesmo, não seremos abatidas! q Você escreve tão bem, Eliza *u* ~

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